LITURGIA DIÁRIA

06/03/2016 00:24

DIA 6 DE MARÇO - DOMINGO

IV SEMANA DA QUARESMA 
(ROXO OU RÓSEO, CREIO – IV SEMANA DO SALTÉRIO)

Antífona de entrada:

Alegra-te, Jerusalém! Reuni-vos, vós todos que a amais; vós que estais tristes, exultai de alegria! Saciai-vos com a abundância de suas consolações (Is 66,10s).

Oração do dia

Ó Deus, que por vosso Filho realizais de modo admirável a reconciliação do gênero humano, concedei ao povo cristão correr ao encontro das festas que se aproximam cheio de fervor e exultando de fé. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura (Josué 5,9-12)

Leitura do livro de Josué.

5 9 O Senhor disse a Josué: “Hoje tirei de cima de vós o opróbrio do Egito. E deu-se àquele lugar o nome de Gálgala, nome que subsiste ainda”.
10 Os israelitas acamparam em Gálgala, e celebraram a Páscoa no décimo quarto dia do mês, pela tarde, na planície de Jericó.
11 No dia seguinte à Páscoa comeram os produtos da região, pães sem fermento e trigo tostado.
12 E o maná cessou (de cair) no dia seguinte àquele em que comeram os produtos da terra. Os israelitas não tiveram mais o maná. Naquele ano alimentaram-se da colheita da terra de Canaã.
Palavra do Senhor.

Salmo responsorial 33/34

Provai e vede quão suave é o Senhor!

 

Bendirei o Senhor Deus em todo o tempo,

seu louvor estará sempre em minha boca.

Minha alma se gloria no Senhor;

que ouçam os humildes e se alegrem!

 

Comigo engrandecei ao Senhor Deus,

exaltemos todos juntos o seu nome!

Todas as vezes que o busquei, ele me ouviu

e de todos os temores me livrou.

 

Contemplai a sua face e alegrai-vos,

e vosso rosto não se cubra de vergonha!

Este infeliz gritou a Deus e foi ouvido,

e o Senhor o libertou de toda angústia.

Leitura (2 Coríntios 5,17-21)

Leitura da segunda carta de são Paulo aos Coríntios.

5 17 Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se fez novo!
18 Tudo isso vem de Deus, que nos reconciliou consigo, por Cristo, e nos confiou o ministério desta reconciliação.
19 Porque é Deus que, em Cristo, reconciliava consigo o mundo, não levando mais em conta os pecados dos homens, e pôs em nossos lábios a mensagem da reconciliação.
20 Portanto, desempenhamos o encargo de embaixadores em nome de Cristo, e é Deus mesmo que exorta por nosso intermédio. Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!
21 Aquele que não conheceu o pecado, Deus o fez pecado por nós, para que nele nós nos tornássemos justiça de Deus.
Palavra do Senhor.

Evangelho (Lucas 15,1-3.11-32)

Louvor e honra a vós, Senhor Jesus.

Vou levantar-me e vou a meu pai e lhe direi: Meu pai, eu pequei contra o céu e contra ti (Lc 15,18).

 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
15 1 Aproximavam-se de Jesus os publicanos e os pecadores para ouvi-lo.
2 Os fariseus e os escribas murmuravam: Este homem recebe e come com pessoas de má vida!
3 Então lhes propôs a seguinte parábola:
11 “Um homem tinha dois filhos.
12 O mais moço disse a seu pai: ‘Meu pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai então repartiu entre eles os haveres.
13 Poucos dias depois, ajuntando tudo o que lhe pertencia, partiu o filho mais moço para um país muito distante, e lá dissipou a sua fortuna, vivendo dissolutamente.
14 Depois de ter esbanjado tudo, sobreveio àquela região uma grande fome e ele começou a passar penúria.
15 Foi pôr-se ao serviço de um dos habitantes daquela região, que o mandou para os seus campos guardar os porcos.
16 Desejava ele fartar-se das vagens que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava.
17 Entrou então em si e refletiu: ‘Quantos empregados há na casa de meu pai que têm pão em abundância e eu, aqui, estou a morrer de fome!’
18 Levantar-me-ei e irei a meu pai, e dir-lhe-ei: ‘Meu pai, pequei contra o céu e contra ti;
19 já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’.
20 Levantou-se, pois, e foi ter com seu pai. Estava ainda longe, quando seu pai o viu e, movido de compaixão, correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou.
21 O filho lhe disse, então: ‘Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho’.
22 Mas o pai falou aos servos: ‘Trazei-me depressa a melhor veste e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e calçado nos pés.
23 Trazei também um novilho gordo e matai-o; comamos e façamos uma festa.
24 Este meu filho estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado. E começaram a festa’.
25 O filho mais velho estava no campo. Ao voltar e aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças.
26 Chamou um servo e perguntou-lhe o que havia.
27 Ele lhe explicou: ‘Voltou teu irmão. E teu pai mandou matar um novilho gordo, porque o reencontrou são e salvo’.
28 Encolerizou-se ele e não queria entrar, mas seu pai saiu e insistiu com ele.
29 Ele, então, respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir ordem alguma tua, e nunca me deste um cabrito para festejar com os meus amigos.
30 E agora, que voltou este teu filho, que gastou os teus bens com as meretrizes, logo lhe mandaste matar um novilho gordo!’
31 Explicou-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu.
32 Convinha, porém, fazermos festa, pois este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado’”.
Palavra da Salvação.

Reflexão

            Na narração evangélica de hoje, o Senhor nos ensina como deve ser o coração do verdadeiro discípulo. Um coração que se aproxima da enfermidade e do pecado do outro numa atitude de respeito e compaixão.

            A imagem do pai do filho pródigo relatada no Evangelho é muita bonita. Remete-nos a olhar o coração de Deus na densidade de sua misericórdia. O filho ao pedir a parte da herança que lhe compete, vai embora. Nas andanças da vida, gasta tudo e vê-se sem nada. É neste momento que ele cai em si. Cai em sim não porque estava sem nada, mas porque lembra-se do coração do pai.

            Esta passagem nos lança a um desafio. Desafio no sentido de experimentarmos a força misericordiosa da figura do Pai no mais profundo de nós mesmos. Só é capaz de se levantar quem com a força da graça de Deus consegue contar. Só volta a um determinado lugar, quem neste lugar experimentou algo atraente, agradável, quem fez bonitas experiências e delas tem recordações. Foram estas recordações bonitas vividas com o Pai que tocou o coração do filho a ponte de dizer: "vou me levantar, vou voltar".

            É bem verdade que nem todos que saem do aconchego familiar retornam. Não porque aquele ambiente era ruim, mas porque voltar atrás é gesto bonito de humildade, de reconhecimento de fraquezas, limites. E nem todos temos essa graça de cair em nós mesmos e nos darmos contas de nossas faltas.

            O filho disse: "pai, pequei contra ti e contra Deus. Já não mereço ser chamado e tratado com o filho". É preciso desenvolvermos dentro de nós a sensibilidade da presença amorosa de Deus Pai revelada em Cristo. Somente quando nos vemos apanhado pela misericórdia de Deus podemos nos levantar dos abismos em que nos jogamos.

            Quando voltamos ao Senhor, Ele nos cerca de dignidade. O pai disse aos empregados: "trazem depressa a melhor túnica, sandálias, anel, matai o novilho mais gordo, vamos festejar". Cada volta de um filho é uma festa no coração do pai. Deus Pai nos trata como presentes. Nós somos seus filhos, os quais Ele não quer a morte, mas que nos convertamos e vivamos.

            Para atingirmos a envergadura de filhos e filhas de Deus temos de assimilar a delicadeza de Deus e sermos misericordiosos como o Pai. Deus é nosso Pai e nos convida a conversão!

Por Padre Iran Gomes Brito.

Sobre as oferendas

Ó Deus, concedei-nos venerar com fé e oferecer pela redenção do mundo os dons que nos salvam e que vos apresentamos com alegria. Por Cristo, nosso Senhor.

Antífona da comunhão:

É necessário, filho, que te alegres: teu irmão estava morto e reviveu; perdido e foi achado (Lc 15,32).

Depois da comunhão

Ó Deus, luz de todo ser humano que vem a este mundo, iluminai nossos corações com o esplendor da vossa graça, para pensarmos sempre o que vos agrada e amar-vos de todo o coração. Por Cristo, nosso Senhor