LITURGIA DIÁRIA

19/03/2016 10:14

DIA 19 DE MARÇO - SÁBADO

SÃO JOSÉ ESPOSO DE MARIA E PADROEIRO DA IGREJA 
(BRANCO, GLÓRIA, CREIO, PREFÁCIO PRÓPRIO – OFÍCIO DA SOLENIDADE)

Antífona de entrada:

Eis o servo fiel e prudente, a quem o Senhor confiou a sua casa (Lc 12,42).

Oração do dia

Deus todo-poderoso, pelas preces de são José, a quem confiastes as primícias da Igreja, concedei que ela possa levar à plenitude os mistérios da salvação. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

Leitura (2 Samuel 7,4-5.12-14.16)

Leitura do segundo livro de Samuel.

7 4 Mas a palavra do Senhor foi dirigida a Natã naquela mesma noite, e dizia:
5 “Vai e dize ao meu servo Davi: ‘eis o que diz o Senhor: Não és tu quem me edificará uma casa para eu habitar.
12 Quando chegar o fim de teus dias e repousares com os teus pais, então suscitarei depois de ti a tua posteridade, aquele que sairá de tuas entranhas, e firmarei o seu reino.
13 Ele me construirá um templo, e firmarei para sempre o seu trono real.
14 Eu serei para ele um pai e ele será para mim um filho. Se ele cometer alguma falta, castigá-lo-ei com vara de homens, e com açoites de homens,
16 Tua casa e teu reino estão estabelecidos para sempre diante de mim, e o teu trono está firme para sempre’”.

Palavra do Senhor.

 

Salmo responsorial 88/89

Eis que a sua descendência durará eternamente.

 

Ó Senhor, eu cantarei eternamente o vosso amor,

de geração em geração eu cantarei vossa verdade!

Porque dissestes: “O amor é garantido para sempre!”

E a vossa lealdade é tão firme como os céus.

 

“Eu firmei uma aliança com meu servo, meu eleito,

e eu fiz um juramento a Davi, meu servidor.

Para sempre, no teu trono, firmarei tua linhagem,

de geração em geração garantirei o teu reinado!”

 

Ele, então me invocará: “Ó Senhor, vós sois meu Pai,

sois meu Deus, sois meu rochedo onde encontro a salvação!”

Guardarei eternamente para ele a minha graça

e com ele firmarei minha aliança indissolúvel.

Leitura (Romanos 4,13.16-18.22)

Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.

Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.
4 13 Com efeito, não foi em virtude da lei que a promessa de herdar o mundo foi feita a Abraão ou à sua posteridade, mas em virtude da justiça da fé.
16 Logo, é pela fé que alguém se torna herdeiro. Portanto, gratuitamente; e a promessa é assegurada a toda a posteridade de Abraão, não somente aos que procedem da lei, mas também aos que possuem a fé de Abraão, que é pai de todos nós.
17 Em verdade, está escrito: “Eu te constituí pai de muitas nações”; (nosso pai, portanto) diante dos olhos daquele em quem acreditou, o Deus que dá vida aos mortos e chama à existência as coisas que estão no nada.
18 Esperando, contra toda a esperança, Abraão teve fé e se tornou pai de muitas nações, segundo o que lhe fora dito: “Assim será a tua descendência”.
22 Eis por que sua fé lhe foi contada como justiça.

Palavra do Senhor.

 

Evangelho (Mateus 1,16.18-21.24)

Louvor e glória a ti, Senhor, Cristo, palavra de Deus!

Felizes os que habitam vossa casa, para sempre eles hão de vos louvar!

 

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus.

1 16 Jacó gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado Cristo.
18 Eis como nasceu Jesus Cristo: Maria, sua mãe, estava desposada com José. Antes de coabitarem, aconteceu que ela concebeu por virtude do Espírito Santo.
19 José, seu esposo, que era homem de bem, não querendo difamá-la, resolveu rejeitá-la secretamente.
20 Enquanto assim pensava, eis que um anjo do Senhor lhe apareceu em sonhos e lhe disse: “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo.
21 Ela dará à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo de seus pecados”.
24 Despertando, José fez como o anjo do Senhor lhe havia mandado e recebeu em sua casa sua esposa.

Palavra da Salvação.

Reflexão

        A Igreja celebra hoje o dia dedicado a São José, o justo. E o texto evangélico é de Mateus, que fala da genealogia de Jesus. A singeleza e o senso de justiça na vida deste santo aponta para o caminho da nossa fé, o alcance e qualidade que ela precisa ter.

        O estilo da vida de São José nos desafia. Nos desafia a compreendermos que devemos assimilar a vontade de Deus. Como José, somos desafiados a estarmos atentos à ação de Deus que está para além do nosso limitado raciocínio, compreensão.

        Testado, José queria deixar sua esposa. Mas pesava-lhe a consciência porque era muito justo. Seu senso de justiça se deve ao fato de respeitar a pessoa humana. Precisamos recuperar em nós o senso de justiça que impede de sermos tão desleais uns para com os outros.

        Numa sociedade marcadamente pelo individualismo, ter quem assuma o princípio misericórdia é uma graça. O princípio misericórdia é vivido a medida que se compreende o amor de Deus manifestada em cada pessoa. José percebeu isto, por isso, jamais abandonaria Maria, a quem Deus quis manifestar a sua divina graça.

        São Bernardino de Sena comenta: "Quando a providência divina escolhe alguém para uma graça particular, também oferece a pessoa escolhida todos os carismas de que precisa para o exercício de sua missão". Esta ideia de São Bernardino nos ajuda a entender o porque da humildade de São José, do seu não abandono à Maria. Era a providencia divina que estava nele.

        Peçamos ao Senhor sempre a graça de sermos humildade e justo a fim de não sermos tão indelicados uns com os outros, sobretudo, com quem mais precisa.

Por Padre Iran Gomes Brito. 

Antífona da comunhão:

Servo bom e fiel, entra na alegria do teu Senhor (Mt 25,21).

Depois da comunhão

Ó Deus, que na alegria da festa de são José alimentastes neste altar a vossa família, protegei-nos sem cessar e guardai em nós os vossos dons. Por Cristo, nosso Senhor.

Santo do Dia / Comemoração (SÃO JOSÉ):

São raros os dados sobre as origens, a infância e a juventude de José, o humilde carpinteiro de Nazaré, pai terrestre e adotivo de Jesus Cristo, e esposo da Virgem de todas as virgens, Maria. Sabemos apenas que era descendente da casa de David. Mas, a parte de sua vida da qual temos todo o conhecimento basta para que sua canonização seja justificada. José é, praticamente, o último elo de ligação entre o Velho e o Novo Testamento, o derradeiro patriarca que recebeu a comunicação de Deus vivo, através do caminho simples dos sonhos. Sobretudo escutou a palavra de Deus vivo. Escutando no silêncio. 

Nas Sagradas Escrituras não há uma palavra sequer pronunciada por José. Mas, sua missão na História da Salvação Humana é das mais importantes: dar um nome a Jesus e fazê-lo descendente de David, necessário para que as profecias se cumprissem. Por isso, na Igreja, José recebeu o título de "homem justo". A palavra "justo" recorda a sua retidão moral, a sua sincera adesão ao exercício da lei e a sua atitude de abertura total à vontade do Pai celestial. Também nos momentos difíceis e às vezes dramáticos, o humilde carpinteiro de Nazaré nunca arrogou para si mesmo o direito de pôr em discussão o projeto de Deus. Esperou a chamada do Senhor e em silêncio respeitou o mistério, deixando-se orientar pelo Altíssimo. 

Quando recebeu a tarefa, cumpriu-a com dócil responsabilidade: escutou solícito o anjo, quando se tratou de tomar como esposa a Virgem de Nazaré, na fuga para o Egito e no regresso para Israel (Mt 1 e 2, 18-25 e13-23). Com poucos mas significativos traços, os evangelistas o descreveram como cuidadoso guardião de Jesus, esposo atento e fiel, que exerceu a autoridade familiar numa constante atitude de serviço. As Sagradas Escrituras nada mais nos dizem sobre ele, mas neste silêncio está encerrado o próprio estilo da sua missão: uma existência vivida no anonimato de todos os dias, mas com uma fé segura na Providência. 

Somente uma fé profunda poderia fazer com que alguém se mostrasse tão disponível à vontade de Deus. José amou, acreditou, confiou em Deus e no Messias, com toda sua esperança. Apesar da grande importância de José na vida de Jesus Cristo não há referências da data de sua morte. Os teólogos acreditam que José tenha morrido três anos antes da crucificação de Jesus, ou seja quanto Ele tinha trinta anos. 

Por isso, hoje é dia de festa para a Fé. O culto a São José começou no Egito, passando mais tarde para o Ocidente, onde hoje alcança grande popularidade. Em 1870, o Papa Pio IX o proclamou São José, padroeiro universal da Igreja e, a partir de então, passou a ser venerado no dia 19 de março. Porém, em 1955, o Papa Pio XII fixou também, o dia primeiro de maio para celebrar São José, o trabalhador. Enquanto, o Papa João XXIII, inseriu o nome de São José no Cânone romano, durante o seu pontificado.